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Luiz Gama, presente!

Luiz Gama, presente!

Maria Nadja Nunes Bittencourt-Diretora/IGHB


Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882), esta é a chamada que o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia/IGHB faz deste herói baiano, em momentos tão conturbados da história brasileira. A Casa da Bahia compartilha do compromisso de reparar e valorizar a memória de seu compatriota que defendeu e lutou por ideias abolicionistas e republicanas em períodos tão duros e indignos, que tiveram início no período do Império brasileiro e ainda presentes na nossa sociedade, mesmo após 139 anos de sua morte.


Este baiano teve uma trajetória marcada pelo combate à escravidão e defesa da igualdade e da liberdade, dos povos negros escravizados vindos do outro lado do Atlântico. Nesta semana, precisamente dia 24 de agosto, comemoramos 139 anos de morte deste herói que lutou bravamente para defender e libertar os escravizados de seu tempo. Ele morreu e não testemunhou o impacto de sua luta quando foi promulgada a Lei Áurea. Ainda hoje precisamos de muitos Luiz Gama para banir da vida dos brasileiros esta prática abominável, repugnante e sórdida que insiste em existir, apesar da Lei.


O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia junta-se aos segmentos da sociedade brasileira, para ampliar as merecidas homenagens que contribuem com o resgate da memória e da obra de Luiz Gama. Este herói, que aos 10 anos fora vendido como escravo pelo próprio pai, quem o deveria proteger foi o seu próprio algoz. Aos 18 anos fora alforriado, aos 20 anos tivera a sua inscrição como estudante de Direito recusada por ser negro, ex-escravo e pobre, mas se tornou advogado abolicionista, após duros desafios enfrentados pela sua condição.


No contexto que Luiz Gama viveu, a cor significava um grande defeito. Desde então, seres humanos negros foram condenados a maus tratos e atrocidades selvagens. Sofrimento que ultrapassou a barbárie. A escravidão foi e ainda é uma condição que a humanidade deve repudiar em todas as suas manifestações. Nenhum ser humano nasce escravo. Ser escravo ou estar escravo é condição imposta por outro ser humano na condição de dominante, tirano, facínora e vil. Luiz Gama viveu a escravidão, mas conseguiu superar a sua condição pela indignação de seu contexto.


Dentre os tributos a este conterrâneo, que honra baianos e brasileiros, o IGHB dedicou na Revista n. 115, publicada em 2020, 161 páginas sobre a sua memória, na qual contou com a colaboração de estudiosos pesquisadores do Brasil e de artista nacional, os quais se dedicam a divulgar a extensa obra, que transita desde as letras jurídicas, artísticas e literárias, do ex-escravo que usou a sua voz pela liberdade dos oprimidos. Neste cenário, aplaudimos de pé e sempre presente a todas e merecidas homenagens ao baiano Luiz Gama!







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