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IGHB promove evento sobre o extinto Teatro São João dia 4 de outubro, às 16h - entrada gratuita




Há 100 anos, na noite de 6 de junho de 1923, um incêndio destruiu completamente o Teatro São João, situado no Largo do Teatro (atual Praça Castro Alves), em Salvador, privando a Bahia da sua principal casa de espetáculos. Para lembrar o centenário desse episódio, que trouxe um considerável impacto, durante várias décadas, sobre a vida cultural de Salvador, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia realiza em sua sede, no próximo dia 4 de outubro (quarta-feira), às 16 horas, o evento “Centenário da Destruição do Teatro São João”. Na oportunidade será feito um passeio pelo “Museu Virtual Teatro São João” (http://www.teatrosaojoaodabahia.net.br/), resultado de um profundo e minucioso trabalho acadêmico da convidada especial para falar sobre o tema.


A palestrante será a professora doutora Maria Antonia Lima Gomes, da rede estadual de ensino. Ela é autora de “Simulação do Teatro São João da Bahia, Através de uma Abordagem Sócioconstrutivista”, tese com que obteve o seu título de Doutora pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em 2017. Ela vai apresentar algumas histórias e as belezas do antigo teatro. Ao lado dela, estará na mesa o professor doutor Alfredo Matta, que complementará a palestra com abordagens de outros aspectos igualmente relevantes da história do Teatro São João.


INCENDIO


O incêndio, um mês antes das comemorações do 1º centenário do 2 de Julho, ocorreu durante a madrugada e deixou o teatro apenas com suas quatro principais paredes em pé. Embora, na época, tivesse havido muitos boatos de que o incêndio teria sido criminoso, nada foi provado e o Teatro São João representou o fim do segundo teatro construído no Brasil. Ele foi inaugurado em 13 de maio de 1812, no governo do 8º Conde dos Arcos. A abertura ocorreu no dia do aniversário do Príncipe Regente Dom João - que viria ser o Rei Dom João VI – durante o período histórico, conhecido como joanino, que teve a presença da Família Real no Brasil. O nome escolhido foi justamente uma homenagem a Dom João, que na época governava o Reino de Portugal em nome da mãe, a Rainha D. Maria I.


Durante 111 anos a imponente, para a época, sede do Teatro São João foi a principal característica da paisagem arquitetônica de Salvador. Erguido em frente ao primeiro núcleo urbano do Brasil, o Teatro São João era visto à distância, ainda do mar, e sua presença, segundo inúmeros relatos, encantava os visitantes que chegavam à Bahia.


Ao longo de sua existência o Teatro São João se notabilizou por receber as grandes companhias, algumas europeias, de ópera, dança, comédia e de teatro dramático, que nele se apresentavam, para deleite do público baiano. Sua acústica e instalações eram elogiadas pelos artistas. Sabe-se que o seu mobiliário era de madeira nobre, como cedro e jacarandá e em sua decoração destacavam-se várias esculturas e pinturas ornamentais. Além de artistas apresentavam-se também ginastas e malabaristas.


O Teatro São João foi também palco de conferências, como a pronunciada por Ruy Barbosa no decenário de morte do seu amigo e antigo colega, o poeta Castro Alves, em julho de 1881. Ali também foram realizados eventos para arrecadação de fundos destinados ao movimento abolicionista baiano. Também serviu para a realização de inúmeros encontros partidários e atividades de campanhas eleitorais.


LABATUT E CASTRO ALVES


O Teatro São João era palco também de grandes comemorações cívicas. Anualmente, nos festejos do 2 de Julho, eram realizados espetáculos de gala à noite, com grande repercussão. No ano de 1848 o General Pierre Labatut - que criou e primeiro comandou o Exército Libertador na Guerra pela Independência do Brasil - foi aclamado delirantemente pelos baianos, em agardecimenyto ao velho combatente. Ele tinha voltado à Bahia, já velho e tuberculoso, pela primeira vez desde 1823, e no seguinte morreu aos 70 anos.


Outro grande momento da história do Teatro São João foi a apoteose feita ao poeta Castro Alves pelos seus conterrâneos. Na noite de 7 de setembro 1867 o velho teatro abrigou a estreia de Gonzaga, ou A Revolução de Minas, a única peça escrita pelo “Poeta dos Escravos”. No papel principal, a atriz Eugênia Câmara, musa e amada de Castro Alves. Ao final, ele e Eugênia Câmara foram ovacionados por vários minutos em cena aberta.


O Teatro São João era palco também de grandes comemorações cívicas. Anualmente, nos festejos do 2 de Julho, eram realizados espetáculos de gala à noite, com grande repercussão. No ano de 1848 o General Pierre Labatut - que criou e primeiro comandou o Exército Libertador na Guerra pela Independência do Brasil - foi aclamado delirantemente pelos baianos, em agradecimento ao velho combatente. Ele tinha voltado à Bahia, já velho e tuberculoso, pela primeira vez desde 1823, e no seguinte morreu aos 70 anos. Nas últimas décadas de sua existência o Teatro São João funcionava também como cinema, exibindo películas do cinema mudo.


O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h.


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