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28 de junho - Exposição "Olhares sobre as Igrejas"

NAVE DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO

A Ordem Terceira de São Francisco foi criada em 1635 e exerceu suas funções em um dos altares laterais da Igreja mãe, a Ordem 1ª dos frades franciscanos. Não se pode cogitar qual era o altar ocupado por essa Ordem 3ª, pois ela se instalou na antiga Igreja que se construíra no sentido contrário, da Rua do Bispo com a fachada voltada para o Pelourinho. Preparando sua obra de construção da Igreja do Convento Franciscano, com entrada voltada para o atual Cruzeiro de São Francisco, os frades doaram o sitio em que estava a entrada e parte da nave de sua antiga Igreja para os irmãos leigos. Estes que formavam a elite social e econômica do período tiveram mais possibilidade de erguer seu edifício definitivo. O novo projeto obedecia aos critérios estabelecidos pela Contrarreforma, já que o 5º Arcebispo, D. Sebastião Monteiro da Vide, chegado em 1702 e que promoveria a elaboração das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, aprovadas pelo sínodo arquidiocesano, em 1707. Foram válidas para todo o Brasil. A Ordem Terceira seguiu o modelo tridentino, construindo sua Igreja com uma única nave. Essa primeira igreja foi, quase que completamente transformada, no século XIX. Entre 1827 e 1828 mudou-se a talha, elaborada a nova por José de Cerqueira Torres que confeccionou,tambémm castiçais, tocheiros e cruzes para os altares laterais. Franco Velasco ocupou-se da pintura do teto, entretanto, nesse ínterim deve ter adoecido, pois a mulher assumiu a obra, contratando outro pintor. José Rodrigues Nunes, que se encarregou também de pintar as peças ornamentais. A nave única e o altar-mor se transformaram num modelo neoclássico religioso. O escultor Manuel Inácio da Costa foi encarregado de executar a imagem de São Domingos, que se encontra até hoje no primeiro altar lateral esquerdo, a partir do altar-mor, e de modernizar as demais imagens de formas extremamente barrocas. Iniciou desbastando a imagem de São Francisco, que resultou numa figura desproporcionada, pois lhe foi retirado todo o planejamento, “material” auxiliar das formas barrocas. A imagem continua em seu nicho, no primeiro altar do lado direito, e pode ser visto que os irmãos, em função dos resultados, desistiram de continuar a modernização das demais imagens. Só fizeram o escultor retirar as tintas coloridas.

CLAUSTRO DO CONVENTO DE SÃO FRANCISCO

O claustro foi construído entre 1729 e 1749. Forma um quadrado e está incrustado entre a igreja, a sacristia e dependências do Convento. Dá acesso ao sub-solo e dois pavimentos ao nível da rua. Permite também acesso ao nível superior que o harmoniza com todo o conjunto arquitetônico. É rodeado por painéis de azulejos, que vieram de Portugal, entre 1743 e 1746. Não se conhece a origem das oficinas nem dos autores dos 37 painéis. Os azulejos vieram de Portugal entre 1743-1746. Foram fixados a partir de 1749, quando Frei Manuel de Santa Maria era guardião e se finalizava a construção do claustro. Persistem as dúvidas quanto a fábrica de origem, quanto ao nome do pintor e quanto ao doador (é tradição que tenha sido oferta de D. João V). Os 37 painéis de azulejos do claustro térreo são inspirados nas gravuras do pintor flamengo Oto van Veen, publicadas em 1608 e reproduzidas no livro "Teatro Moral de la Vida Humana", de que o convento possui um antigo exemplar. As epígrafes latinas de cada painel são constituídas por inscrições moralistas das sentenças de Horácio. No Claustro superior os azulejos apresentam cenas de pesca, caça, paisagens, quadros simbólicos dos cinco sentidos, dos meses e dos continentes. São painéis com molduras barrocas, mas com ilustrações maneiristas, narrando episódios tirados da obra “Teatro moral da vida humana e de toda a filosofia dos antigos e modernos”, inspirada na obra Emblemas de Horácio, publicada na Bélgica, em 1608. Um desses painéis situados na passagem do Convento para a Sacristia, mostra o medalhão com a inscrição “A morte aguarda a todos igualmente”, no qual se vê um rei a esquerda e um homem pobre à direita mortos. Desde muitos anos visitantes desfiguraram o rosto da morte, danificando o painel. Infelizmente a última restauração dos painéis foi malfeita. Por ignorância, talvez, os azulejos foram rejuntados com cimento duro. Como as paredes são todas em tijolos, por capilaridade, a água das chuvas foram penetrando no que se chama “biscoito”, ou base do azulejo, o que fez o esmalte craquelar a maior parte das pinturas dos painéis. Estes foram recobertos com telas de vários fios, entretanto, se desconhece qual o destino que eles terão. Da mesma maneira, numa das últimas restaurações, na obra de engenharia, foram retiradas as calhas que recebiam as águas dos telhados do conjunto. Respingando diretamente no chão cimentado do claustro, a água danificou colunas que precisaram de suporte para que todo o claustro não desabasse.

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