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VI Congresso reúne mais de 200 participantes para debater festa e comida

Foto: Edgar de Souza

Cerca de 200 participantes marcaram presenças diárias, de 22 a 24 de setembro, durante o VI Congresso de História da Bahia, realizado no Othon Palace Hotel. O encontro, com o tema “Festa e Comida”, teve a coordenação da professora Maria Helena Flexor. “Este evento não para por aqui. O propósito do congresso é dar continuidade aos estudos sobre festa e comida, valorizando e incentivando pesquisadores e aficionados, da Bahia e do Brasil, a contarem a história e a mostrarem a geografia desses relevantes assuntos”, defendeu Flexor, ao agradecer a presença de todos ao conclave.

O VI Congresso recebeu a apresentação de 33 comunicações, além de 15 palestras e duas conferências. A pesquisadora goesa, Maria de Lourdes Bravo da Costa, que falou sobre “Descobrimentos portugueses e a sua influência na comida goesa” e o professor congolês, residente nos Estados Unidos, Kazadi wa Mukuna, com a conferência “A origem africana do samba: mito ou realidade?”, foram os destaques dos convidados estrangeiros. “O samba não veio da África. Os elementos são africanos, mas a configuração é brasileira. E o samba de roda, na realidade batuque, é originário da Bahia”, revelou o professor e etnomusicólogo Mukuna.

Nas sessões de comunicações, diversos temas foram abordados, como as festas de Santos, além dos mitos da cozinha afro-brasileira, a culinária sertaneja e a comida indígena. “A culinária sertaneja precisa ser preservada. Com investimento, pode agregar valor ao turismo. Em Salvador, por exemplo, se come mais pizza e comida japonesa do que os nossos pratos regionais e isso é preocupante”, alertou José Ronaldo Teixeira, dos Restaurantes Gibão de Couro e Grande Sertão. “Há muita fantasia na cozinha africana na Bahia e alguns mitos precisam ser desfeitos. O dendê, ao contrário do que dizem, faz bem a saúde e não foi trazido pelos escravos. A verdadeira moqueca nunca levou leite de coco. Outra questão é que não sabemos onde foi originada a feijoada”, lista o professor Radel, autor de “Os mitos da cozinha afro-brasileira”.

Ausente do encontro, por recomendações médicas, a presidente do IGHB, Consuelo Pondé de Sena, recebeu homenagens dos congressistas. Dezenas de mensagens foram registradas em um caderno, organizado pela professora ouvinte Lúcia Maria Góes Santos. “Mesmo distante fisicamente, a professora Consuelo mostrou-se presente, porque idealizou brilhantemente este congresso. Esperamos encontrá-la restabelecida logo”.

“Só tenho elogios para o Congresso”. “A riqueza dos temas e os conferencistas estrangeiros foram os destaques”. “Estão de parabéns os participantes, organizadores, palestrantes, apoiadores e funcionários do IGHB”, assim declararam, respectivamente, Zilene Brandão, Rosana Lima e a professora Antonietta D´Aguiar Nunes sobre o encontro, que teve o apoio da Secretaria de Cultura do Estado, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura, da Prefeitura, UCSal, além da Bahiatursa, Rádio Metrópole e IRDEB.

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Foto: Edgar de Souza

O orador oficial da Casa da Bahia, acadêmico Edivaldo Machado Boaventura, parabenizou a todos pela assiduidade e qualidade dos trabalhos. Já o vice-presidente do IGHB, Eduardo Morais de Castro, pontuou a importância do Congresso ao debater festa e comida como um resgate da tradição cultural baiana e dedicou o sucesso do evento a professora Consuelo Pondé de Sena. “Peço uma salva de palmas calorosa a nossa presidente. Este encontro só foi realizado graças a sua coragem e ao seu espírito guerreiro”.

Para encerrar a sexta edição, do Congresso de História da Bahia, foi lançado o livro “120 anos do IGHB”, com o patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado. A publicação, à disposição do público, traz artigos relacionados a história do Instituto e publicados nas revistas da Casa desde a sua fundação.

Todo o registro fotográfico do congresso pode ser conferido no site e facebook do Instituto. As imagens serão, posteriormente, postadas na página do youtube.

Os Congressos: o primeiro Congresso de História da Bahia foi realizado em 1949, para comemorar os 400 anos de fundação da Cidade do Salvador. O segundo, em 1952, abordou a chegada do primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha à Soterópolis. Em 1973, o tema da terceira edição foi a celebração dos 150 anos da Independência da Bahia. Só em 1999 teve vez do IV Congresso, comemorando os 450 anos da primeira capital do Brasil. No V Congresso, em 2001, os festejos estiveram voltados para os 500 anos da Baía de Todos os Santos e este último à comemoração dos 120 anos da Instituição que realizou os anteriores.

Sobre o IGHB: Fundado em 13 de maio de 1894, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia é a entidade cultural mais antiga do Estado. Também conhecido como a “Casa da Bahia”, possui a maior coleção de jornais, datados, desde o século XIX até a atualidade, além do maior acervo cartográfico do Estado, o que permite a sociedade conhecer a origem dos atuais 417 municípios baianos. Na Biblioteca Ruy Barbosa e Arquivo Theodoro Sampaio cerca de 30 mil títulos e coleções particulares estão à disposição de pesquisadores e demais interessados. No museu do IGHB há uma importante coleção de retratos, além de esculturas de bronze, mobiliário de época e peças religiosas da cultura africana na Bahia. A instituição é guardiã do Pavilhão 2 de Julho, que guarda o Caboclo e a Cabocla, comemorativo da Independência da Bahia.

Por Cleide Nunes

Assessoria do VI Congresso de História da Bahia

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