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Representações afro-brasileiras e a participação feminina na construção das musicalidades nacionais






23 A 27 DE JANEIRO DE 2023, DAS 14H ÀS 18H

AULAS VIRTUAIS E DE CAMPO


Curso de História da Música Popular Brasileira

Abrindo a roda: representações afro-brasileiras e a participação feminina na construção das musicalidades nacionais


Área de conhecimento: música, história, estudos culturais, arte educação

Carga horária: 20 horas/aula

Público-alvo: público geral, profissionais liberais, artistas, professores, historiadores, estudantes secundaristas, universitários, especialistas, mestres e curiosos.

Faixa etária: a partir de 14 anos

Docente: Juliana Ribeiro (Cantora, Compositora, Historiadora, Arte Educadora e Mestre em Cultura e Sociedade pela UFBA. Possui formação técnica em canto lírico pela UFBA e especialização em canto popular pela UNICAMP- S.P. Iniciou sua carreira em 2001, com shows dentro e fora do país cantando as diversas

matrizes que compõem o samba. Possui um EP lançado em 2009, o CD Amarelo lançado em 2012,

concorrente ao Prêmio da Música Brasileira, e acaba de lançar seu terceiro álbum “Preta Brasileira”. Mais

informações acesse www.julianaribeirooficial.com.br e @julianaribeiro_oficial.)

O curso multidisciplinar Abrindo a roda: representações afro-brasileiras e a participação feminina na construção das musicalidades nacionais visa alargar o olhar sobre a participação das artistas negras no processo de construção das identidades nacionais, muitas vezes invisibilizadas historicamente, assim como o legado das matrizes sonoras diaspóricas ressignificadas no Brasil.

Abordaremos o legado das artistas negras na história tradicional (a partir de Tia Ciata) a sua real participação na formação das musicalidades brasileiras. O lugar de ventre dentro do samba e sua repercussão na formação cultural nacional; as relações híbridas que elegeram o samba como ícone nacional no século XX. A casa das tias baianas, os sons dos corpos femininos e a criação de novas tecnologias sonoras pelas mulheres. O samba, sua constituição híbrida musicalmente e heterogênea socialmente (Hermano Vianna). A influência Banto na formação da MPB; o “pretoguês” e a criação de gêneros musicais como Vissungos, Curimas, Pontos, criando rasuras no português formal (Lélia Gonzalez). A tentativa de silenciamento das claves negras na construção do cancioneiro popular enquanto gênero musical. As divas negras nos anos 1960; o samba como primeira música de protesto social. As mulheres no samba, suas trajetórias invisibilizadas, a insubmissão das compositoras negras de Tia Ciata até a geração “tombamento”. O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, a Chula e as permanências da cultura Banto na atualidade.

Nessa abordagem multidisciplinar, os estudos culturais, a história e a música serão as bases teóricas para a compreensão da formação das identidades nacionais, o lugar das representações afro-diaspóricas e a invisibilização feminina na construção das musicalidades brasileiras. A escuta será tratada como elemento construtor de símbolos individuais e códigos sociais (Roland Barthes). Em sala utilizaremos a escuta participativa como ferramenta para a compreensão das relações de espaço e tempo na música, a percepção de rupturas e/ou continuidades do lugar da mulher na canção entre os séculos XIX, XX, XXI e seus reflexos sociais na contemporaneidade. Práticas de percepção musical, execução das claves brasileiras e exercícios vocais e corporais agregam o processo multidisciplinar de aprendizagem deste curso.

OBJETIVO:

Compreender o lugar feminino no processo de construção das musicalidades nacionais associado ao protagonismo das representações afro-diaspóricas na formação das nossas identidades, oportunizando também ao aluno práticas sonoras através de exercícios de percepção musical.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Alargar o olhar sobre a participação das artistas negras dentro da construção da música brasileira popular, seus silenciamentos até a “geração tombamento” ;

- Perceber o protagonismo das matrizes afro-brasileiras na construção das identidades nacionais;

- Abordar o processo de construção do samba como ícone nacional a partir do legado musical afro-brasileiro, sua constituição híbrida musicalmente e heterogênea

socialmente, discutindo seu lugar de mediador cultural;

- Utilizar a escuta musical como ferramenta prática para o entendimento das identidades, das construções sonoras femininas e suas continuidades culturais na

contemporaneidade;

- Vivenciar a percepção musical de forma horizontal através de exercícios de prática vocal e corporal ao longo do curso.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- As musicalidades afro-brasileiras e a construção das diversas identidades nacionais;

- O lugar das artistas negras na constituição das musicalidades brasileiras e seus silenciamentos;

- O samba como mediador cultural a sua constituição híbrida social;

- As divas nacionais e a invisibilização das compositoras negras dentro do samba;

-O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, a Chula e as permanências Banto na atualidade;

- Exercícios de percepção musical, prática vocal, corporal e instrumental;

- Compreensão da importância da síncope no processo de construção das musicalidades e identidades brasileiras.

METODOLOGIA

- Exposição participada via plataforma zoom;

- Projeção de filmes e imagens;

-Escuta participativa, análise musical e percepção cognitiva das canções;

- Debates de textos e construção de conteúdos em sala;

- Exercícios de prática musical, corporal e vocal;

- Exercícios de percepção musical.

RECURSOS

- Computador e aparelho celular;

- Suporte via plataforma Zoom;

- Caixa de som, microfone, pedestal;

- Instrumentos musicais: pandeiro, chocalho , agogô, reco ,etc;

- Metrônomo;

- CDs e DVDs.

AVALIAÇÃO

- Avaliação participativa e diária;

- Envolvimento dos alunos nos debates e escutas musicais;

- Disponibilidade para as práticas artísticas e exercícios musicais de corpo e voz;

- Criação individual ou em grupo de um mini-vídeo com ritmos urbanos presentes no cotidiano dos bairros, das ruas, associado à intervenção artística dos alunos. Duração de 1 a 5 minutos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CALABRE, Lia. A era do rádio. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

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história da Música Popular Brasileira. Tese de doutorado. IFCH/UNICAMP, São Paulo,

1996.

FILMOGRAFIA:

AGUIAR, Lindwe. Dona Dalva: uma Doutora do Samba. Documentário. 0:54 min ,

2013

BAROUH, Pierre. Saraváh . Documentário, 1:31min. 1972

KERMES, Werinton. Clementina de Jesus: rainha Quelé. Documentário, 0:55 min.

2012

REFERÊNCIAS MUSICAIS

BASTOS, Nilton. - obra completa

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