IGHB presta homenagem ao engenheiro Virgildásio de Senna dia 7 de novembro/23
O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia tem a satisfação de convidar V. Sa e Ilma. Família para a Sessão de homenagem ao centenário do engenheiro Virgildásio de Senna (ex-prefeito de Salvador), a realizar-se no dia 7 de novembro de 2023 (terça-feira), às 17 horas, no auditório do IGHB (Avenida Joana Angélica, 43 - Piedade), com transmissão pelo canal youtube.com/@ighbahia. O orador da solenidade será o advogado Carlos Eduardo Sodré.
VIRGILDASIO DE SENNA nasceu em 03 de novembro de 1923 na cidade de Santo Amaro da Purificação, à época a mais importante cidade do recôncavo baiano, sendo o sétimo de uma prole de onze filhos do casal Virgílio Diniz de Senna e Adalgisa Almeida de Senna. Cursou os estudos primários e o ginasial em seu berço natal, onde o Ginasio Santamarense, pelo rico elenco de educadores que o destacava como o estabelecimento de ensino mais qualificado do interior da Bahia de então, foi importante fonte de aprendizado para a sua formação.
Transferiu-se para Salvador e ingressou no antigo Colégio da Bahia, ali cursando o colegial preparando-se para adentrar a Escola Politécnica e graduar-se como Engenheiro, profissão que, competente e garbosamente, exerceu durante a sua vida até permeando os períodos do exercício dos cargos públicos. Na vida profissional, além de atuar no âmbito da atividade privada, merece destaque a sua atuação no programa de construções escolares que, sob a inspiração do educador Anísio Teixeira, participou da implementação ao tempo da gestão do governador Octávio Mangabeira.
Muitos foram, a partir dali, os seus fazimentos no campo da engenharia e, como ocorria naqueles dias da vida brasileira e com os seus contemporâneos, também se viu atraído para a atividade política que, então, seduzia a juventude estudantil, travando conhecimento com importantes figuras que desabrochavam para a vida pública, sem falar no alinhamento com as teses nacionalistas, tempos em que a figura de Getúlio Vargas, já na terceira fase de sua trajetória política, refulgia no cenário brasileiro e inspirava as lutas pela defesa dos interesses fundamentais do país.
Pouco adiante, coma eleição, para a Prefeitura da capital, do seu primo e conterrâneo, Heitor Dias, foi convocado para dirigir a Secretaria de Viação e Obras Públicas, onde a sua vocação política e de gestor público veio a lume, adotando, aquela gestão, as providencias preliminares visando à modernização urbana de Salvador o que, após vencer dura disputa eleitoral, em 1962, deflagrou a implantação dos projetos que compunham o chamado “Plano Mario Leal Ferreira”, que importaram no início da revolução urbana da capital que tanto empolgava a população soteropolitana conquanto provocasse mudo descontentamento entre segmentos minoritários, embora influentes e poderosos, levando esses sentimentos a inspirarem a sua brutal deposição do cargo para ao qual houvera chegado sob a égide do voto popular e soberano, dali arrancado pelo golpe militar de 1964, nunca mais a ele retornando, ino-bstante nenhum deslize ou irregularidade se lhe tenha sido imputado.
Preso e segregado da atividade política, foi obrigado a retirar-se do estado para buscar a sobrevivência, sua e de sua família, passando a trabalhar em várias atividades pela obtenção do seu sustento até conseguir, no mercado de trabalho, onde abrigar-se até , que a anistia política da redemocratização possibilitou a sua volta à vida pública quando, em 1982, como que desagravado pelo povo baiano, foi eleito com expressiva votação para a Câmara Federal, tendo sido reconduzido em 1986 – já ali como deputado à Assembleia Nacional Constituinte – para novo mandato parlamentar. Em 1988, convocado pelas forças democráticas representadas por importante fração do PMDB e o apoio de várias legendas, disputou, filiado ao PSDB, a prefeitura de Salvador, não logrando eleger-se, ainda que tenha demonstrado poder vir a ser a melhor solução para conduzir os destinos de Salvador. Cumpriu o restante do seu mandato e, em janeiro de 1991, completou o exercício de seus últimos cargos públicos.
Foi casado por quase 60 anos com Sra. Zelinda Rodrigues de Senna, com quem viveu até o desaparecimento dela, em maio de 2007, de cujo consórcio conjugal advieram os filhos Suzana, Walter e Sérgio, todos vivos. A esposa falecida, ao tempo de sua breve passagem pela prefeitura, desenvolveu um pioneiro e exemplar trabalho no plano da assistência social, tendo sido sob sua liderança e mercê de seu descortino que foi criada a LAR – Liga de Assistência e Recuperação instituição que todas as primeiras-damas do município, dali para diante, se utilizaram para gerir e conduzir as obras assistenciais de nossa capital.
Virgildasio de Senna, que acaba de completar 100 anos, permanece vivo e, inobstante as compreensíveis limitações da avantajada idade, se mantém como um raro exemplo de vida digna e gozando da estima, respeito e admiração do povo baiano.
*Dados biográficos encaminhados pelo advogado Carlos Eduardo Sodré.
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