IGHB comemora mais de 120 mil visualizações nos canais digitais em 2020, na agenda cultural
O ano de 2020 foi marcado por agenda de encontros virtuais no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia - em decorrência da pandemia do Covid-19, que impediu as ações na sede. De março a dezembro, a instituição cultural mais antiga do Estado, em funcionamento ininterrupto, comemorou mais de 120 mil acessos em suas redes sociais. Entre as atividades culturais virtuais, o público conferiu lançamentos de livros, palestras, seminários, cursos e exposições.
Apenas dois eventos presenciais foram realizados: o primeiro, na abertura oficial das atividades, dia 29 de janeiro, com o lançamento do livro “Consuelo Pondé de Sena, in memoriam”, editado pela Assembleia Legislativa da Bahia e organizado pelo professor e ex-orador oficial, Edivaldo Machado Boaventura (falecido em 22/08/2018). No segundo, dia 6 de fevereiro, o professor doutor Luiz Mott (Ufba) pronunciou a palestra “Roteiro Histórico da Bahia Sodomítica: Ruas, igrejas, casas e palácios relacionados aos personagens LGBT da antiga Salvador”.
A partir do mês de março, com as novas restrições e decretos que definiram o isolamento social, o IGHB passou a promover lives e exposições virtuais em suas redes sociais (Facebook, Instagram e Youtube), além do site www.ighb.org.br. A primeira, dia 23 de março, foi o lançamento do tour virtual IGHB 360°. Com acesso pelo link http://www.bahiaview360.com.br/ighb360 o tour foi produzido pelo Bahia View 360, com fotos captadas por Henrique Muccini, e mostra as principais instalações do Instituto, com curiosidades sobre seu acervo.
No dia 17 de abril, o professor doutor Alfredo Matta, deu início a uma série de palestras sobre a História da Bahia, na rede Youtube/ighbba. “História da Bahia: primeiros tempos, mundos que se cruzam”, foi o primeiro tema; Salvador - Metrópole Colonial e a Colonização do Interior”, o segundo, realizado dia 1º de maio; o terceiro, dia 12 de junho, “História da Bahia: desde os movimentos que precederam a formação do estado nacional ao Império”; a quarta, “A Província do Império" dia 31 de julho; a quinta, “A chegada da modernidade e o amadurecimento da República na Bahia”, em 28 de agosto; e a última aula, dia 2 de outubro, sobre “A Bahia Republicana e suas contradições”.
Dando sequência a agenda de abril, na página do Instagram, dia 22, o Instituto realizou a live “Personalidade: Theodoro Sampaio”, com o arquiteto e professor Ademir Pereira dos Santos. Além de mostrar o trabalho de Theodoro Fernandes Sampaio (1855-1937) como profissional do urbanismo sanitarista, o palestrante mostrou que o engenheiro integrou e liderou equipes que concebeu e implantou políticas públicas para combater epidemias, além de projetar e executar ações de grande importância para a saúde pública, como o tratamento de esgoto e o abastecimento de água potável, em Salvador e São Paulo.
Em maio, para comemorar os 126 anos de fundação do IGHB, no dia 13, foi lançado no canal do Youtube uma visita guiada as instalações da Casa da Bahia, coordenada pelo historiador Jaime Nascimento. Dia 22, a palestra “Orí e Holismo no Candomblé Jeje-Nagô da Bahia de Todos os Dias” foi tema de palestra pronunciada pelo sacerdote, escritor e professor Mawo Adelson de Brito. E para homenagear os geógrafos, uma live foi promovida dia 29, com as participações dos professores Jémisson Mattos (UEFS), Nilton Santana (IFBA/Salvador) e mediação da professora Lucidalva Menezes (IFBaiano). Os especialistas apresentaram reflexões sobre o papel do Geógrafo na atualidade e também no contexto da pandemia do Coronavírus.
Com sucesso de público nas redes do Instagram, site e Facebook, mais de cinco mil pessoas visitaram, de 18 a 28 de junho, a exposição virtual “Olhares sobre as igrejas, que apresentou fotos de autoria do Engenheiro e Fotógrafo José Spínola, acompanhadas de textos descritivos da professora e historiadora Maria Helena Flexor, detalhando origem, características e curiosidades dos templos religiosos da Bahia. Dois vídeos sobre a composição deste projeto estão à disposição do público no Youtube/ighbba.
Duas lives em junho foram dedicadas às festas juninas. A primeira, “Xangô, São João e as fogueiras de junho”, ocorreu dia 19, com os professores Ricardo Aragão, Gildeci Leite, e Pai Raimundo de Xangô, com a mediação da professora Maria Alice Silva. A segunda, dia 25, “Presença das Festas Juninas na Cultura da Bahia” reuniu o jornalista e pesquisador do IGHB, Jorge Ramos, o historiador Manoel Passos e a educadora, especializada em Folclore, Sálua Chequer. Também no mês de junho, as redes sociais do Instituto no Instagram e Facebook sediaram o projeto da Orquestra Sinfônica da Bahia “Café com as Cameratas #Drops”!? e “Cartografia Afetiva”, que homenagearam o Hospital Roberto Santos.
Os 197 anos da Independência do Brasil na Bahia, em 2 de julho, foram celebrados com as devidas restrições, mas manteve o tradicional ato comemorativo simbólico no Largo da Lapinha, com a presença do presidente Eduardo Morais de Castro, durante o hasteamento das bandeiras nacional, do estado, da capital baiana e do IGHB, seguido pela deposição de flores aos Heróis da Independência no monumento ao General Labatut. E, numa agenda virtual, representando o Instituto, a professora e historiadora Antonietta D´Aguiar Nunes participou do bate-papo “Patrimônio É… A Independência do Brasil na Bahia”, na companhia de Fábio Baldaia, Fred Dantas, Rita Barbosa e mediação de Edvard Passos, no canal do Youtube da FGM.
No dia 17 de julho, “O Bibliotecário gestor de coleções bibliográficas especiais e a tomada de decisão”, foi tema de live com as bibliotecárias Ana Virginia Pinheiro (Unirio) e Ana Lúcia Albano (Ufba), e mediação do historiador Luiz Américo Lisboa Jr., diretor da Biblioteca Ruy Barbosa. Também dia 17, o diretor financeiro do Instituto, Nelson Teixeira Brandão, concedeu entrevista à jornalista Alessandra Nascimento, através de sua página no Instagram e falou sobre as ações da Casa da Bahia durante a pandemia. Encerrando a agenda de julho, dia 24, “Espaço e tempo na geografia: formação territorial como teoria e método”, reuniu os professores Lina María Hurtado Goméz, Thiago Adriano Machado e Luciano de Almeida Lopes, todos da Comissão de Geografia do IGHB.
Numa parceria com o Gabinete Português de Leitura, a Casa da Bahia rememorou a vida e obra do padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão, inventor do aeróstato (balão de ar quente). Na live, dia 5 de agosto, estiveram presentes o presidente do IGHB, Eduardo Morais de Castro, o presidente do GPL, Abel Travassos e o idealizador do Memorial ao Padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão, Adinoel Motta Maia (que falou sobre a importância científica da contribuição do padre para a tecnologia e a ciência da aerostação e aeronáutica).
De 10 a 21 de agosto, dezenas de participantes acompanharam as aulas on-line do curso: “Salvador, evolução urbana, eventos históricos e condicionantes naturais”, ministrado pelo geólogo, historiador e mestre em Geologia, Rubens Antonio. A proposta foi mostrar a associação entre as formas do relevo, suas propriedades e condicionamentos, a urbanização e a história da capital baiana.
Os 120 anos do jurista, intelectual, escritor e educador baiano Anísio Spínola Teixeira foram lembrados numa live dia 19 de agosto, com o vice-presidente do IGHB, professor José Nilton Carvalho Pereira, o também professor Paulo Gabriel Soledade Nacif (Presidente do Conselho Estadual de Educação da Bahia) e a Educadora Cybele Amado de Oliveira (Diretora geral do Instituto Anísio Teixeira). Durante a reunião, os historiadores foram duplamente homenageados, já que o Diário Oficial da União publicou, no dia 18 de agosto, a Lei 14.038/2020, que regulamenta a profissão de historiador.
Para debater os “Tremores no chão baiano”, registrados em mais de 40 cidades da Bahia nos últimos meses, o geólogo, historiador e mestre em Geologia, Rubens Antonio, tirou as dúvidas e curiosidades do público, numa live dia 4 de setembro. Na avaliação do geólogo, o terremoto que afetou a Bahia, recentemente, foi somente um, de dezenas que ocorreram, nas últimas décadas. “Foi devido a grandes e antigas falhas geológicas, com dois bilhões de anos. Aconteceram e continuarão acontecendo. Apenas temos que nos acostumar e sermos informados cada vez mais rapidamente”, complementa.
“A conjuntura atual no Brasil e nos EUA em relação a Black Lives Matter e a história das relações raciais em ambos países” teve transmissão dia 10 de setembro, sendo debatedoras as professoras Ana Flávia Magalhães Pinto e Sabrina Gledhill, com mediação da jornalista Cleidiana Ramos. No dia 24, os professores Mariana Kimie da Silva Nito, Carlúcio Baima e Iran Souza da Conceição falaram sobre o “Patrimônio Cultural em Perspectiva”. Entre os assuntos da pauta, as relações entre Cidades e Patrimônio, Licenciamento Ambiental e o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. E, no dia 30, o Núcleo de Estudos de Geografia recebeu os professores Joilson Cruz, Ana Paula Archanjo Batarce e Creuza Lage no debate sobre a "Infraestrutura Urbana e Desigualdade Socioespacial na Cidade de Salvador – Bahia”.
Ainda em setembro, os atendimentos ao público na Biblioteca Ruy Barbosa e Arquivo Histórico Theodoro Sampaio foram retomados, seguindo todos os protocolos de segurança em prevenção ao coronavírus. Agora, os consulentes devem agendar a pesquisa através dos e-mails biblioteca@ighb.org.br e arquivo@ighb.org.br.
Manuel Querino foi tema de dois lançamentos de livros em outubro. “Manuel Querino – criador da culinária popular baiana” (P55 Edição), foi a primeira live do dia 14. Sob a mediação de Lígia Amparo, nutricionista especializada na temática que relaciona comida e cultura, os autores Jeferson Bacelar e Carlos Alberto Dória falaram sobre as questões mais relevantes apresentadas na publicação e responderam perguntas do público. No dia 28, o livro "Travessias no Atlântico Negro: reflexões sobre Booker T. Washington e Manuel R. Querino (Edufba)", de autoria da a brasilianista inglesa, doutora em Estudos Étnicos e Africanos (Ufba), Sabrina Gledhill, teve como convidados na live de lançamento os professores Flávio dos Santos Gomes (UFRJ/UFBA), Jeferson Bacelar (UFBA) e Luiz Alberto Ribeiro Freire (EBA). A publicação analisa as trajetórias e táticas de Booker T. Washington (1856/1915) e Manuel R. Querino (1851/1923) para enfrentar o racismo, dentro do contexto do Atlântico Negro.
Com aulas de 16 a 27 de novembro, o curso História da Bahia 2020 teve transmissão on-line, com aulas ministradas pelos professores Fabricio Lyrio Santos e Sérgio Guerra Filho (UFRB) e Alfredo Eurico Matta (UNEB). Os especialistas abordaram temas como "Os povos indígenas: originários do território brasileiro", “A Bahia e o Brasil nas primeiras décadas do século XIX: região, poder e rebeldias" e "Compreensão histórica da Economia-Política da Bahia".
"Vencendo demandas: reflexões sobre a Umbanda no Brasil e na Bahia" foi o tema da live no dia 18 de novembro, com o Pai Raimundo de Xangô (Centro Umbandista Paz e Justiça) e os professores Deniz Costa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Miguel Ângelo Santos Assunção (Templo de Umbanda Ogum de Ronda), com mediação do historiador Jaime Nascimento (IGHB). Os especialistas trataram de aspectos históricos, sócio-culturais e religiosos que envolvem a prática e existência da Umbanda no Brasil.
Na noite do dia 26, o Setor de Geografia do IGHB debateu a "Gestão corporativa do espaço na cidade do Salvador", com a participação do convidado Dr. Cristóvão Brito (UFBA) e mediação do Arquiteto-urbanista Dr. Juan Pedro Moreno. (UFBA) e da Geógrafa Dra. Creuza Lage (IGHB).
O mês de encerramento da agenda, em dezembro, contou com quatro importantes encontros. No primeiro, dia 2, os professores Getúlio Alípio Santos (UNIVASF/ IPHAN), Lorena Alves Mendes (UFPA /IPHAN) e Iran Conceição (UCSAL/IPHAN), sob a mediação do historiador Jaime Nascimento (IGHB), debaterem sobre o processo de patrimonialização do Carimbó no Estado do Pará, O Patrimônio Arqueológico Afrodescendente e o Decreto 3.551, de 4 agosto de 2000, sobre o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. No segundo, dia 7, em mais uma parceria com o Gabinete Português de Leitura, recebeu o professor Adelson Brito para falar sobre “A Língua Iorubá”, falada por 40 milhões de indivíduos e patrimônio imaterial de Salvador. No terceiro, dia 16, os professores Antônio Lisboa, Daiane Oliveira, Fabiano Moreira da Silva e Jucimar Cerqueira estiveram reunidos numa live de pré lançamento do livro "Uma História Social da Educação: Sujeitos, Tensões e Negociações".
No quarto e último, no dia 17 de dezembro, o Setor de Geografia apresentou uma entrevista-live “Um novo significado para desertificação no semiárido brasileiro e seus impactos”, com as participações do Dr. Jémison Mattos dos Santos (UEFS), da Jornalista Renata Fontoura (Fiocruz) e dos Geógrafos Dra. Creuza Lage (IGHB) e Prof. Luciano Almeida Lopes (IGHB). O encontro discutiu as principais questões acerca do processo de Desertificação no Semiárido Brasileiro, que tem causado uma série de impactos socioambientais, tomando como exemplo o município de Campo Formoso na Bahia.
O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo programa de Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Fundo de Cultura da Bahia). Garantiu, ainda em 2020, a aprovação de projetos através da Secult-BA (via Prêmio Fundação Pedro Calmon) – para digitalização do acervo do engenheiro Theodoro Fernandes Sampaio e da Fundação Gregório de Mattos (Mapa Cultural e Prêmio Jaime Sodré – que prevê a restauração de telas do acervo do Instituto). Os apoios integram o Programa Aldir Blanc Bahia, de transferência da renda emergencial para os trabalhadores e trabalhadoras da cultura, e a realização de chamadas públicas e concessão de prêmios. A execução das ações está prevista para o primeiro semestre de 2021.
A agenda cultural está disponível no site www.ighb.org.br e as lives podem ser conferidas na página www.youtube.com/ighbba. Apenas durante a pandemia tem horário especial de funcionamento: segunda, quarta e sexta, das 13h às 18h.
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