VI Congresso de História da Bahia
Para assinalar os 120 anos de fundação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, completados no dia 13 de maio deste ano, será realizado de 22 a 24 de setembro, no Bahia Othon Palace, o VI Congresso de História da Bahia.
O evento conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura da Prefeitura, Ucsal, Bahiatursa e apoio da Rádio Metrópole e Irdeb. Será coordenado pela professora Maria Helena Flexor, que realizou idêntica tarefa no IV e V Congressos do Instituto (1999 e 2001), ambos coroados de completo êxito.
Ao contrário dos conclaves precedentes, nos quais se celebraram datas e acontecimentos históricos, desta vez, optamos por um tema de interesse geral, de motivação coletiva: “Festa e Comida”, por nos parecer tão presentes na Cultura Baiana. Ademais disso, tais assuntos têm mobilizado o interesse dos pesquisadores das Ciências Sociais, multiplicando–se uma bibliografia pouco explorada no passado.
Se consultarmos as relações das dissertações e teses de mestrado e doutorado das mais diversas instituições de ensino superior do país, poderemos confirmar essa assertiva. Os pesquisadores, cada vez mais, se dedicam a esses temas de interesse das comunidades, porque não existe um só deles que se preocupe com a alimentação e o lazer.
Se pensarmos na Gastronomia, veremos que já faz parte de cursos universitários em várias faculdades, diplomandoprofissionais capacitados a cuidar do preparo das refeições, a arrumação do local onde serão servidas, o número das pessoas a serem atendidas, o tipo de clientela, enfim, uma série de exigências que a pós-modernidade impõe como requisitos indispensáveis em nossos dias.
Para os irracionais, o ato de comer tem a ver com a sensação de saciedade, da satisfação apenas de uma necessidade. O homem criou o ritual básico social que é a refeição e, mais adiante, o festim, outrora realizado para ganhar a proteção e o favor dos deuses. Lembremo-nos que comer é o instinto que mais cedo desperta, constituindo-se na base da vida animal. Por outro lado os hábitos culinários de uma nação são sempre o reflexo de sua história, do seu clima, das suas tradições e, até, de suas crenças religiosas.
Outro aspecto a ser destacado diz respeito a comensalidade, seja do ponto de vista religioso como profano, sempre entendida como uma forma importante de promover a solidariedade e de reforçar laços entre membros de um grupo.
O outro tema diz respeito a Festas, entendidas como atos de celebrar, distrair, causar prazer e, nesse capítulo, os baianos são mestres. Um dos primeiros estudiosos das festas no Brasil foi o escritor e poeta Mello Morais Filho, que recolheu tradições antigas da Bahia, de Sergipe, do Rio de Janeiro, legando à Cultura Brasileira valiosa pesquisa e segura interpretação de usos e costumes, transformados ou desaparecidos, preservados nas páginas da sua escrita.
Na linha de pesquisa de Mello Morais Filho atuaram Hildegardes Vianna, José Calasans, Waldir Freitas Oliveira, além de outros de grande valor para a reconstrução dessas atividades em nosso meio.
O VI Congresso tem a “cara” da Bahia e deverá ser um farol a iluminar o interesse de novos pesquisadores.
Dessa forma, durante os três dias de encontro, estarão reunidos, em mesas redondas, estudiosos baianos, brasileiros e estrangeiros, que tratarão de temas como comida espiritual católica, comida do sertão, de santo, de índio, de turista na Bahia, bem como vários outros sobre festas.
Vale lembrar que as inscrições com apresentação de trabalhos encerram dia 26 de agosto. Interessados em se inscrever como ouvintes terão até o dia 20 de setembro. Poderão participar historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, estudiosos do patrimônio, arte, dentre outros. Da mesma forma estarão aptos a se inscrever, estudantes e estudiosos sem formação acadêmica, mas com conhecimentos sobre os assuntos abordados. O formulário de inscrição, valores, programação e outras informações estão disponíveis no site www.ighb.org.br.